Há crianças que não gostam de se mascarar!

Está prestes a chegar o dia que uns adoram e outros odeiam: o Carnaval! Mas porque é que o Carnaval desperta sentimentos tão contraditórios nas crianças e, até mesmo, nos adultos?

‘É Carnaval e ninguém leva a mal’! A velha máxima que faz valer o ‘faz de conta’ onde tudo é permitido: brincadeira e fantasia. Podemos ‘ser’ um super-herói, um animal, encarnar o papel de uma profissão ou, de repente, sermos mais velhos ou mais novos. Vale tudo! O que conta é a imaginação, criatividade e a folia com que se vivem estes dias festivos.

As crianças que gostam do Carnaval também gostam de escolher as suas fatiotas e as máscaras. Os rapazes preferem ser o ‘Homem-Aranha’, o ‘Pirata’, ‘O Zorro’, ou animais poderosos como o Tigre/Leão, ou então vestir a pele de personagens temidas, como os fantasmas ou os monstros. As meninas preferem ser as princesas, as fadas, as rainhas ou as borboletas.

E se, aparentemente, o Carnaval é uma época de muita alegria e animação e muito apreciada, principalmente, pelas crianças, também é frequente ouvirem-se frases como ‘detesto o Carnaval’ ou ‘não gosto de me mascarar’… E sim, ouvimos estas frases vindas das crianças! Mas porquê?

O susto e o medo são as grandes causas! O susto que se transforma em medo. Algumas crianças não conseguem separar a realidade da fantasia e o desconhecido, por trás da máscara, acaba por provocar sentimentos de desconforto, medo ou até mesmo perigo.

Como é que os adultos podem ajudar as crianças a ultrapassar este sentimento?

• Explicar como funciona a máscara: explicar à criança como funciona a máscara, que sai facilmente e que revela quem está por trás. Esta demonstração pode deixar a criança mais tranquila.

• Escutar e respeitar: saber ouvir a criança e tentar perceber de onde vem o medo são imprescindíveis para o processo de ‘tentar fazer desaparecer o medo das máscaras’. A criança sentir-se-á mais confiante se a sua opinião for ouvida e, acima de tudo, respeitada. A criança, também tem opiniões, gostos ou vontades e deve ser respeitada caso não queira mesmo mascarar-se. Se pode evitar uma situação desconfortável para a criança, porquê obrigar?

• A brincar também se aprende: imaginação e criatividade são as premissas do Carnaval. No entanto, estas premissas podem orientar as brincadeiras lá de casa, durante todo o ano. A família toda pode brincar, às princesas, aos médicos, aos bombeiros, aos piratas,…criando histórias e estimulando a criatividade das crianças. Por outro lado, esta será uma forma subtil de lidar com as máscaras e acessórios que também são usados no Carnaval, o que deixará a criança mais familiarizada com estes mesmos objetos.

Apesar de o Carnaval ser uma época do ano em que impera a brincadeira, a criança deve ser ouvida e compreendida e que se esta é uma situação desagradável para ela, então deverá ser tratada com respeito. Só assim se tornará fácil aproveitar, brincar, fantasiar e foliar no Carnaval!